Cine Pipoca – Besouro, o filme e a religião

Acabamos de chegar do cinema, fomos ver Besouro.

Bom, sou suspeita para falar de um filme que mostra a religião de onde saiu a minha religião (sou umbandista, e o filme trata de forma superficial o candomblé da bahia, na década de 20).

Vale a pena conferir por muitos motivos. Boa história, mostra a cultura, fotografia maravilhosa, produção impecável. Eu apenas acho que faltou um pouco de explicações para quem não tem conhecimento algum da religião em si. Isso pode causar algumas confusões, ouvi alguns ‘nenhum tiro pega no besouro’ de pessoas que não entenderam que ele teve o corpo fechado por uma entidade, por exemplo.
Pra mim tudo ficou muito claro, até mesmo os momentos que nem foram explicitamente colcoados, como quando um coronel deixa uma garrafa de pinga em uma encruza e depois…. bom, será bom vocês assistirem.

Se você chegou aqui por conta de alguma dúvida, abaixo algumas pequenas explicações que podem te ajudar a entender melhor o filme.

“Sou exu, faço o bem para quem faz bem e o mal para quem faz mal”.
Essa foi uma frase em um momento marcante do filme, quando Besouro ‘tromba’ um exu ‘em carne e osso’. O cinema solta o (babaca) ‘é o demônio’. Não tem coisa mais errada do que essa…
Na verdade, essa Entidade não deve ser confundida com os obsessores, apesar de transitar na mesma Linha das Almas. Sua função mítica é a de mensageiro, o que leva os pedidos e oferendas dos homens aos Orixás. É ele quem traduz as linguagens humanas para os seres superiores. Por isso, é imprescindível a sua presença para a realização de qualquer trabalho, porque é o único que efetivamente assegura em uma dimensão o que está acontecendo na outra, abrindo os caminhos para os Orixás se aproximarem dos locais onde estão sendo cultuados. Possuem a função também de proteger o terreiro e seus médiuns. É ele quem cumpre a Lei.

Uma coisa que deve ficar clara é que o filme trata do candomblé e não da (minha) umbanda, bem como há algumas diferenças na maneira de ver Exu no Candomblé e na Umbanda. No primeiro, Exu é como os demais Orixás, uma personalização de fenômenos e energias naturais. O Candomblé considera que as divindades, ou seja os Orixás, incorporam nos médiuns (cavalos ou aparelhos). Na Umbanda, quem incorpora nos médiuns, além dos Caboclos, Pretos Velhos e Crianças, são os Falangeiros de Orixás, representantes deles, e não os próprios.

Importante frisar: Os trabalhos malignos (os tão famosos “pactos com o diabo” ), como matar por exemplo, não são acordos feitos com os Exus, mas com os Kiumbas que agem na surdina e não estão sob a orientação de algum Exu, fazendo-se passar por um deles, atuando em terreiros que não praticam os fundamentos básicos da Umbanda que são: existência de um Deus único, crença de entidades espirituais em evolução, crença em Orixás e Santos chefiando falanges que formam a hierarquia espiritual, crença em guias mensageiros, na existência da alma, na prática da mediunidade sob forma de desenvolvimento espiritual do médium, e o uso de ervas e frutos. Jamais maldades, e caridade acima de tudo. Os Exus são confundidos com os Kiumbas, que são espíritos trevosos ou obsessores, são espíritos que se encontram desajustados perante à Lei, provocando os mais variados distúrbios morais e mentais nas pessoas, desde pequenas confusões, até as mais duras e tristes obsessões. O verdadeiro Exu não faz mal a ninguém. Alguns Exus foram pessoas como políticos, médicos, advogados, trabalhadores, vadios, prostitutas, pessoas comuns, padres etc, que cometeram alguma falha e escolheram – ou foram escolhidos para – vir nessa forma a fim de redimir seus erros passados. Outros são espíritos evoluídos que escolheram ajudar e continuar sua evolução atendendo e orientando as pessoas, e combatendo o mal. Em seus trabalhos de magia, Exu corta demandas, desfaz trabalhos malignos, feitiços e magia negra, feitos por espíritos obscuros, sem luz (Kiumbas). Ajudam a limpar, retirando os espíritos obsessores e os encaminhando para luz ou para que possam cumprir suas penas em outros lugares do astral inferior. (Interessou? Leia mais aqui)

“Você é filho de ogum”
Sim, nosso querido Besouro é – como só poderia ser – filho de Ogum. Na tradição religiosa afro-brasileira Candomblé, Ogum (como é conhecida essa divindade yorubá no idioma português) é frequentemente identificado com São Jorge. Isto acontece, por exemplo, no estado do Rio Grande do Sul. No entanto, Ogum também pode ser representado por São Sebastião, como frequentemente é feito na região nordeste do Brasil. O orixá guerreiro dispensa um pouco as apresentações por conta disso. Seus “filhos” aqui na Terra são pessoas fortes, que lutam na vida, são pessoas guerreiras que não descansam por nada, sempre ativas, combatem tudo. São verdadeiros peões. São pessoas corajosas, sem medo de se arriscar. São sérias e perseverantes. Ogum é o guerreiro, general destemido e estratégico, é aquele que veio para ser o vencedor das grandes batalhas, o desbravador que busca a evolução. Defensor dos desamparados, segundo a lenda, Ogum andava pelo mundo comprando a causa dos indefesos, sempre muito justo e benevolente. Ele era o ferreiro dos orixás, senhor das armas e dono das estradas. Irreverente, pois é um orixá valente, traz na espada tudo o que busca.

“Companheira para a guerra como Iansâ não há!”
Ela aparece em poucos momentos, mas cruciais. Se eu me explicar melhor, conto o filme, mas você entenderá que ela aparece porque Iansã foi companheira de Ogum, na lenda. Além de guerreira, senhora dos ventos, ela também é conhecida e cultuada principalmente por sua ligação com a morte, pois compete somente a Inhansã o poder de conduzir os eguns (espíritos dos mortos), para longe ou perto dos seres vivos.

“Oxum é amorosa e carinhosa”
Besouro é cuidado por Oxum após se ferir caindo de uma cachoeira, que, não por coencidência é onde ela mora. É o Orixá das águas doces dos rios e cachoeiras, da riqueza, do amor, da prosperidade e da beleza. Nas religiões afro-brasileiras é sincretizada com diversas Nossas Senhoras, na Bahia ela é tida como Nossa Senhora das Candeias ou Nossa Senhora dos Prazeres. No Sul do Brasil é muitas vezes sincretizada com Nossa Senhora da Conceição, enquanto no Centro-Oeste e Sudeste é associada ora a esta denominação de Nossa Senhora ora com Nossa Senhora da Conceição Aparecida.

Nesse mesmo momento do filme, aparece Ossanha ou Ossãe, que é o Orixá das plantas medicinais e litúrgicas. Orixá das Folhas e das Matas, cuidando de nosso herói.

Quando chega a hora de botar pra fuder, Besouro recebe Xangô (que nem é citado, mas que mora nas pedreiras, bem onde ele estava na cena), que é o orixá da justiça.

“Você pisou numa demanda (ou trabalho, ou ebó) de exú, meu filho!”
O pobre do Quero-quero pisou na macumba e começou a ver exú por aí. Claro! Nada de ‘chuta que é macumba’. Seja para quem (qualquer orixá ou entidade) e com qualquer intenção (para limpeza, para o bem, ou até mesmo para o mau), o importante é respeitar. No candomblé, pode haver sacrifício animal. Na umbanda não (senão eu jamais pisaria num terreiro). E para que fique bem claro> Não, nenhum orixá descerá a terra para comer a comida oferecida. Ele irá utilizar a energia da natureza, é isso que orixás são, afinal) para fazer o que for preciso. Seu igraja não usa o terço, agua benta, a bílbia? Então.

Ah, tem tanta coisa para falar (de bom) dessa minha religião. Mas a intenção agora nem é essa, e sim, ajudar as pessoas que viram ou verão o filme a entender certas passagens. Estou à disposição nos comentários para outras dúvidas e espero mesmo que as pessoas deixem o preconceito imbecild e lado e assistam a obra de arte, que, no final, é o que vale.

Agora vou nanar que amanhã tenho um casamento num sítio.

Viva a tecnologia!

Vi no “Casadinhos,mas vale pra todo mundo, não só para as noivas…

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Vírus

O vírus Conficker, que já atacou milhões de computadores em todo o mundo, está programado para se manifestar em escala mundial com ainda mais força nesta quarta-feira (1º de abril), segundo informações de especialistas em segurança na internet.
Além de “roubar” senhas dos computadores que invade, o vírus pode bloquear palavras-chave, o que impossibilita a visita a vários sites na internet, entre eles o da Microsoft. O que torna o vírus tão poderoso em sua forma de “contaminar” é o fato de ele também se espalhar por meio de memórias externas USB, como as utilizadas em pendrives, câmeras, iPods e MP3, entre outros. A especialidade do vírus é descobrir e “roubar” contrassenhas.
O vírus também se dissemina a partir de uma “botnet” (rede de computadores infectados que passam a “trabalhar” para os piratas virtuais).
Como a data é conhecida como dia da mentira (“dia dos bobos” nos EUA), muitos internautas já veem as dezenas de alertas como mais um alarme falso, um “hoax” (como são conhecidos os boatos virtuais).
Hoje, o Conficker está programado para tomar o controle de 250 sites por dia. Na quarta-feira, aumentaria sua força para chegar a 50 mil páginas diárias, o que pode tornar ainda mais difícil localizar o ataque, segundo Mikko Hyponen, da empresa F-Secure, especializada em segurança virtual.
As páginas são geradas para que o vírus possa, a partir delas, agir em máquinas infectadas por meio de códigos maliciosos ou até mesmo a destruição de arquivos. Estima-se que o Conficker já tenha infectado mais de 12 milhões de computadores.
A gigante norte-americana do software Microsoft prometeu uma recompensa de US$ 250 mil para quem conseguir identificar os criadores do vírus, conhecido também como DownAdUP.

Entenda a ameaça do vírus Conficker

Twitter

A Hermann fala dele todo dia. Fui no Link Zero atrás de freelas porque essa idéia de casar está saindo muito cara pro meu gosto… e me escrevi no tal do Twitter. Pra mim ainda é o tal… nem tô entendendo muita coisa… mas… vamos lá… A curiosidade é mais importante do que o conhecimento… em alguns momentos….